quinta-feira, maio 10

Precisamos de falar sobre o Kevin

Eu não fui ver este filme (não há tempo! nem babysitter disponível! e se calhar nem quero gastar oportunidades de sair de casa para ir ver filmes bons mas deprimentes) mas a minha tia que é uma cinéfila, contou-me tudo!
E o que eu tenho a dizer é o seguinte ainda bem que não temos todos predisposição para sermos psicopatas! Caso contrário seríamos!
O filme mostra que o puto vira assassino louco porque a mãe teve alguma dificuldade a adaptar-se à vida nova que nasce com um filho! Mas isso é normal! Do que eu vejo à minha volta (connosco, com amigos, familiares, pais de colegas da escola, colegas de trabalho, etc) TODA a gente sentiu a diferença, todos demoraram mais ou menos tempo a habituar-se a deixar de ser o centro da própria vida. Adoram os filhos mas têm noção que a vida já não é a de antes. Há responsabilidades, horários, menos tempo, outra vontade a chocar com a nossa. E especialmente nos 2 primeiros anos do baby, damos o que temos de melhor aquele ser pequeno (que tem a certeza que é o centro do mundo) e sobra muito pouco para dar aos outros. Como tal digo "Atire a primeira pedra quem nunca revirou os olhos quando o puto entornou um copo de água pela segunda vez em 10 minutos! Quem nunca mandou um berro quando os putos nos acordam às 6:00 da matina e nos tínhamos deitado às 2:00! Quem nunca ficou a olhar para o espelho a pensar para onde foi a gaja boa que eu em tempo fui?" Mas não voltava atrás!  Não trocava os meus filhos pelos de ninguém!!! Quanto muito ficava com os dos outros ou mandava vir mais uns para mim! Mesmo sabendo que é o caos! Mesmo sabendo que o meu corpo se vai deformar, que vou discutir com o marido para saber quam vai trocar fralda/roupa/cama porque o puto está todo sujo/com cocó/molhado... E se formos a ver nem nos damos conta que os nossos pais sentiram a mesma revolução nas suas vidas e também devem ter tido desabafos semelhantes. E, graças a Deus, não virámos psicopatas!
O método que eu tenho usado, e só daqui a uns anos vou saber se funcionou, é zangar-me e dizer-lhes o que sinto (com alguns filtros, claro!) mas também lhes digo todos os dias que os amo e que são o mais importante para mim.

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