sábado, junho 2

felicidade - I

Já não o via há alguns anos. Costumávamos partilhar conversas profundas sobre o sentido da vida, a utilidade da espécie humana, etc. Conversas filosóficas de quem ainda tem tempo para essa conversas e ingenuidade para pensar que pode mudar o mundo!
Quando nos voltámos a ver a conversa processou-se assim:
-Olá! (abraço) Há quanto tempo!
-Eh pá é verdade o tempo passa a voar! Como está a tua mulher e os putos? Nem quero acreditar que não conheço o mais novo!!!
-Pois é! E tu também já és mãe! Ouau!
Pausa
-Então, és feliz?
WTF? É assim? Pergunta-se uma coisa dessas assim, a frio, a uma pessoa? Uma pergunta tão pequena, tão simples com palavras tão fáceis que até os meus putos já as conhecem, mas que contém tanto.
Que responder?
i. Estou tal como estava há 15 anos: uns dias feliz, outros dias revoltada, alguns cansada. Mas nunca igual ao dia anterior!!!
ii. Não acredito na felicidade!
iii. Sim! 
iv. Não!
v. Tem dias!
vi. E tu?
vii. E se não for? Qual a solução?
viii. Estás com tempo para ouvires a história dos últimos anos e depois decides se sou ou não feliz?
Mas penso que a minha resposta devia ter sido:
ix. Desde a última vez que nos vimos, penso ter crescido no sentido em que já não acredito que vou encontrar a felicidade ou que outro ma vai dar. Acredito que construímos a felicidade todos os dias, com as nossas pequenas atitudes e as grandes decisões. A nossa felicidade somos nós próprios que a construímos.

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